segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sylvia Likens


A história de Sylvia Likens choca até hoje as pessoas de todo o mundo.
Se trata do caso Baniszewski X Estado da Indiana, nos EUA, que deu início em 1965 e término em 1966.

Sylvia Marie Likens tinha apenas 16 anos quando tudo aconteceu. Filha de Lester e Betty Likens, Sylvia possuía uma irmã mais nova, Jennie, e três mais velhos.

Seus pais trabalhavam no circo, que constantemente mudava de cidade em cidade. Seus irmãos mais velhos já eram casados, mas Sylvia e Jennie, menores de idade, viviam com os pais ainda. Sem escolha, as garotas acabavam viajando sempre com o circo, nunca tinham uma moradia definida. De vez em quando, Betty as deixava na casa de sua mãe para passarem um tempo.

Finalmente, o circo chegou no Estado da Indiana, e Sylvia e Jennie começaram a fazer novas amizades.
Desde então, Betty sentiu pena das filhas por terem sempre que sair da cidade, de acordo com o circo, e nunca conseguirem permanecer suas amizades. Ela queria dar um jeito de deixar as meninas por lá, mas apenas pensando no bem das filhas.

Sylvia então, conheceu Paula Baniszewski, e foi convidada a ir para sua casa, para conversarem por lá.
Paula tinha mais seis irmãos. Os que mais se destacaram na história foram: John, Stephannie, Marie e o bebê.

Todos eram filhos da mãe solteira, Gertrude Baniszewski. Gertrude foi abandonada pelo marido após ter seu último filho, John, e assim ficou desconsolada. Era pobre, sofria de asma e passava roupas dos vizinhos para ganhar dinheiro. Um tempo depois de ter sido abandonada, Gertrude conheceu Andy, um rapaz com idade para ser seu filho, e teve seu bebê com ele. Mas ainda assim, o rapaz não se casou com ela, viveu sua vida livremente.

Conversa vai, conversa vem, Gertrude acabou conhecendo Sylvia e Jennie, que sempre íam à sua casa, convidadas por Paula, e disse ter se encantado pelas garotas Likens.

Logo após, resolveu ter uma conversa com Lester, pai das duas meninas, e disse a ele para que deixasse as filhas na casa dela até o circo voltar para o Estado da Indiana, que ela cuidaria de Sylvia e Jennie do mesmo modo que cuida de seus próprios filhos. Mas como necessitava de dinheiro, Baniszewski fez um acordo de receber vinte dólares por semana durante o tempo em que as garotas hospedarem em sua casa.

Lester e Betty fizeram o acordo com Gertrude e saíram da cidade, com o circo.

O início fora tranquilo para Sylvia e Jennie, era bem recebidas e Gertrude as tratava realmente com carinho.

Mas Paula, a filha mais velha, contou à Sylvia com todo orgulho de que saía com um homem casado, e que a mulher dele não sabia de nada.
Sylvia apenas ficou calada, jamais quis confusão para seu lado. Mas foi aí que Paula lançou outra bomba: Descobriu que estava grávida.
Desconsolada, ela contou à Sylvia porque sentia necessidade de falar para alguém, mas fez a garota jurar que não contaria para ninguém. Sylvia aconselhou a garota, mas mesmo assim, prometeu que não o faria.

Certo dia, os adolescentes estavam conversando do lado de fora, quando Paula saiu da roda e foi atrás do pai de seu filho, que surgiu por lá. Sylvia a seguiu discretamente e viu que o homem estava destratando Paula. Logo, ele começou a bater na filha de Gertrude e estava ameaçando-a de estupro.
Sylvia não teve outra escolha a não ser impedir o ato, gritando para o homem que Paula estava grávida.

Depois disso começou o inferno de Sylvia Likens.

Revoltada, Paula jurou que Sylvia ia pagar por aquilo, sendo que os comentários da gravidez da moça rolavam soltos.
Furiosa, entrou em casa e disse para a mãe, Gertrude, que Sylvia estava espalhando pela escola toda que ela era fácil demais.

Baniszewski sentiu tanto pela filha, que prometeu castigar Sylvia para que aprendesse a lição.

Na primeira vez, Gertrude ordenou que seus filhos segurassem Sylvia para que Paula pudesse esmurrá-la. Tudo na frente de Jennie, que não podia fazer nada no momento, senão, sofreria o mesmo que Sylvia.

O que pareceu depois desta "lição" de Baniszewski, foi que a mulher teria adorado ver Sylvia se lamentando enquanto apanhava. Pois depois deste, desencadeou uma série de terrorismo com a garota.

Gertrude viu Sylvia conversando com Andy, pai de seu bebê, no piquenique da igreja, e deduziu que ela estava dando em cima do rapaz. Mas no fundo, ela sabia que Andy estava alertando Sylvia para sair da casa dos Baniszewski.

Furiosa, Gertrude inventou uma série de mentiras sobre Sylvia, dizendo que tinha sido uma prostituta nos outros lugares em que viajou com o circo. Mas ela sabia que na realidade, a garota nem ao menos beijou alguém em sua vida.

Jennie, certo dia, achou na lata de lixo de Baniszewski, um telegrama de seus pais, que deram o número do telefone para contato caso as garotas precisem de algo. As irmãs correram para um telefone próximo, para contarem aos pais o que estava acontecendo na casa.

Sylvia atendeu sua mãe, e quando estava prestes a contar as humilhações que estava passando, não teve mais coragem, e desligou o telefone. Mas antes de sair da cabine telefônica, ela e Jennie viram que John Baniszewski estava vendo as irmãs no telefone, e foi correndo avisar a mãe, Gertrude.

Chegando em casa, Gertie passou mais um sermão em Sylvia e pediu que estendesse o braço. Feito, a megera queimou a mão da garota com cigarro.

Passado alguns dias, Gertrude não se esqueceu de que vira Sylvia conversando com Andy, e resolveu castigá-la, como sempre, na frente de todos, fazendo-a introduzir uma garrafa de coca-cola dentro dela. A menina então, passou mal após várias tentativas de o fazer e implorar perdão à Gertrude enquanto iseria a garrafa. Como era de vidro, o objeto estourou, fazendo com que a garota quase desmaiasse.

Desde então, Gertrude trancou Sylvia no porão, e foi lá que a menina viveu até o resto de seus dias.

Baniszewski induziu todos os adolescentes, e também algumas crianças da escola a praticarem bullying contra Sylvia, que estava doente no porão. Ajuda era negada, e os adolescentes iam até lá diariamente, para rirem do sufoco da garota.
Jennie só podia chorar, pois Gertrude ameaçou a garota de fazer o mesmo com ela se contasse a alguém.

Os garotos espirravam água gelada em Sylvia, chutavam-a, queimavam-a com o cigarro, faziam-a de boneca para que todos rissem dela, e a crueldade só aumentava. Baniszewski sempre passava por lá, rindo dos acontecimentos que Sylvia já esperava.

Certo dia, Paula resolveu parar com aquele crime e conversou com a mãe. Disse que não queria mais fazer parte daquele ato desumano, e que soltasse Sylvia do porão. Gertrude não aceitou, disse à filha que Sylvia ainda não havia aprendido a lição que merecia. Então, Paula ficou furiosa com a mãe e resolveu retirar o que tinha dito de Sylvia: Contou ao padre e às pessoas da escola que realmente estava grávida.

Gertrude ficou pasma com a atitude da filha, que acabou prejudicando-a. Sendo assim, ela chamou todas as crianças e adolescentes para descerem no porão, onde estava Sylvia, principalmente Richard, um garoto da escola que gostava de Sylvia, mas acabou sendo induzido por Baniszewski a praticar o bullying contra ela (cá entre nós, o garoto era adolescente e sabia bem o que fazia).

Quando chegaram ao porão, deram de cara com uma Sylvia quase-desmaiada, e mesmo assim, não ligaram.
Baniszewski começou a gritar com a menina, e mandou os filhos segurarem-na, como faziam de costume para que pudesse humilhar Sylvia.

Mas fora a humilhação, a crueldade de Gertrude chegou ao topo: A víbora pediu para que a filha esquentasse uma agulha e escreveu com caneta uma frase na barriga de Sylvia.
Em seguida, passou a agulha para Richard e pediu para que ele tatuasse de vez a frase no tórax da menina: "Sou uma prostituta e tenho orgulho disto."

Richard obedeceu Baniszewski de imediato e marcou com o próprio sangue da garota a frase escrita.

Completamente abandonada no porão, Sylvia recebeu apenas mais algumas visitas dos adolescentes da escola, que foram rir dela, como costumavam fazer todos os dias.
Logo após estes dias, Sylvia teve uma morte cerebral.

Stephannie, a segunda filha de Baniszewski foi quem encontrou Sylvia morta e começou a gritar pela casa. Richard estava lá também, e foi ele quem decidiu chamar a polícia.

Baniszewski estava combinando com os outros para dizer à polícia que Sylvia havia sido sequestrada por estupradores e que eles fizeram tudo aquilo com ela.
Mas Jennie, a irmã de Sylvia, correu até um dos policiais e disse: "Me tire daqui e eu te conto tudo! Por favor!"

E foi assim que o caso estourou nos Estados Unidos e chocou toda a população. Em 1966, Baniszewski foi condenada à prisão perpétua, e as crianças e os adolescentes foram condenados a dois anos de detenção.

Vinte anos depois, Gertrude foi liberada da cadeia por bom comportamento, e voltou a ver seus filhos. A casa de Gertie fora abandonada, e ninguém nunca mais passou a morar na casa em que Sylvia Likens fora torturada até a morte.

John Baniszewski, que tinha apenas dez anos, participou de todo o crime contra Sylvia e também foi para a detenção. Mas quando saiu, se arrependeu de todo o mal que fez e tornou-se monge, dedicando toda sua vida a Deus.

Paula teve uma filha, e lhe deu o nome de Gertrude, em homenagem à mãe.

Richard, após ter cumprido sua detenção, morreu dois anos depois, de câncer no pulmão.

Em 1990, Gertrude Baniszewski faleceu de enfarte fulminante, e Jennie estava em sua casa, ao lado de seu marido ao ver a notícia do óbito de Gertrude, e assim que viu, mandou uma carta para a mãe, dizendo: "A megera morreu. Viva! Estou feliz agora."

Em 2007 foi feito o filme "Um crime americano", contando a história da vida de Sylvia e o caso Baniszewski X Estado da Indiana. O filme concorreu a Oscars, tendo em seu elenco Ellen Page no papel de Sylvia, Catherine Keener no papel de Gertrude, indicada ao Oscar como melhor atriz, e James Franco no papel de Andy.

Aqui estão as fotos verdadeiras de algumas pessoas da trágica história:

                                                            Gertrude Baniszewski:

Paula Baniszewski:


Sylvia Likens:



Cena de "Um crime americano", em cena: Ellen Page e Catherine Keener, como Sylvia e Gertrude:



Alguns anos após o reconhecimento do caso Sylvia Likens, um monumento no Estado da Indiana foi construído em homenagem à garota, com a foto dela. O monumento é visitado até hoje por diversas pessoas, e muitos possuem o costume de deixar flores para Sylvia nele.

O autor se torna a própria vítima


Nós já sabemos que o bullying é uma expressão americana que se dá ao significado de violência verbal ou psicológica. Ou melhor dizendo, violência silenciosa.
Isso porque os principais lugares em que ocorrem o bullying são nas escolas dos Estados Unidos. Mas do ano 2000 para cá, a violência progrediu, e vem atingindo o maior número de países possível. O Brasil, infelizmente, está incluído nisto.

Os estados brasileiros com maior índice de bullying são: Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

O crime chega a ser tão intenso que há de se duvidar que uma criança possua tal atitude com o próximo, com o próprio "colega" de classe.

Mas isto ocorre devido a necessidade do bullyie (pessoa que pratica o bullying) de se auto afirmar entre seus amigos, provando a eles e a si mesmo que é uma pessoa cheia de capacidades.
O bullyie jamais atua sozinho. Ele sempre deve estar entre duas ou mais pessoas no momento de praticar a humilhação com a vítima, pois o crime é feito para que sua vítima não tenha chance alguma de se defender.

O problema do bullying é que com o passar do tempo, ele vai se agravando, e TODOS os participantes do crime se tornam vítimas dele também.

A vítima, cada vez mais humilhada, possue menos coragem de se defender, menos auto estima, mais timidez, e até mesmo pode desencadear (o que é fácil acontecer com uma vítima constante de bullying) uma fobia social (pavor de estar em um lugar público cheio de gente; a respiração acelera assim como o batimento cardíaco, as extremidades começam a suar, e quanto mais a vítima continuar dentro de uma multidão, aos poucos vai se sentindo como se fosse desmaiar, e assim entra em pânico).

Já o bullyie é atingido de outra maneira. Ele acaba se prendendo ao crime, como uma droga, como se tivesse que praticá-lo todos os dias para que se sinta melhor, para que se sinta cada vez mais confiante. O grupo que inicia o bullying contra alguém não consegue mais parar, e mesmo que perca sua vítima, ele parte para outra, mas jamais abandona o crime. Por uma necessidade. Assim como alguém viciado em drogas. Começa com a maconha, depois parte para a cocaína, logo para o crack, e assim por diante. A precisão do bullyie é tão extrema que se perder suas vítimas, se parar com o crime, ele vai se sentindo pior, como se perdesse toda sua utilidade.
Com o passar dos anos, o criminoso vai envelhecendo e continuando a atuar dentro do bullying. Logo, ele passa a ser uma pessoa anormal perante a todos. No trabalho, em casa, com os amigos já mais velhos, e até mesmo com o próprio filho.

Poucas vítimas superam tudo o que passaram. Algumas cometem o suicídio, outras se tornam assassinos por revolta, e outras até mesmo continuam fracas, sofrendo o bullying para o resto de suas vidas. Jamais se passa pela sua cabeça que possue uma capacidade maior do que aquilo, a pessoa sempre se sentirá inferior.

ONG's já estão sendo criadas no país contra o bullying, pois o mal deve ser cortado pela raíz. Se trata de um câncer da sociedade que deve ser combatido com o maior número de pessoas possíveis.

Entre nesta também. Diga NÃO ao bullying. ;)

Até mais!!